Inteligência artificial não é mais um tema de ficção científica. É para ser usada hoje. “É a amplificação do que o ser humano pode fazer”, afirma Greg Brockman, presidente e co-fundador da OpenAI, empresa de inteligência artificial que ganhou todos os holofotes desde o ano passado, com a criação do ChatGPT e do Dall-E. “Se você não consegue programar um sistema para resolver um problema, programe-o para aprender como resolver o problema”, diz ele. “A inteligência artificial não é perfeita e precisa ser treinada para poder ajudar.”
E foi essa mudança de status de ficção científica para o uso do dia a dia que tornou o ChatGPT uma ferramenta de uso exponencial desde o seu lançamento, em novembro de 2022. Saiu da tecnologia para a arte e para a música, por exemplo. Um grande frisson do pessoal das artes foi a Dall-E, também criada pela OpenAI, que gera imagens por meio de comandos para uma base de dados de inteligência artificial. “O Dall-E transforma seus sonhos em realidade”, afirma Brockman.
O executivo não acredita que a inteligência artificial vá diminuir a força de trabalho humano, mas a compara com o movimento da revolução artificial nas fábricas. “Vão permanecer os empregos que precisam de julgamento, de avaliação, como os moderadores de conteúdo.” E dá um exemplo: “Para programadores, em vez de completar um comando, a IA vai sugerir novas funcionalidades para deixar o produto melhor.”
Se os resultados do programa já eram impressionantes com imagens, todo mundo ficou de queixo ainda mais caído com o ChatGPT. A plataforma gera conteúdos em texto em diversas línguas e sobre qualquer tema em segundos. É só saber dar o comando correto e preciso. Quanto mais exato o pedido, melhor a entrega do robô.
Isso porque GPT significa “generative pre-trained transformed”, ou seja transformador generativo pré-treinado. Na prática, isso quer dizer que é uma maquininha, ou um robô, que gera conteúdo, com base no aprendizado de máquina supervisionado e com reforço. Quanto mais ele aprende, mais inteligente fica, e as chances de os usuários terem melhores respostas aumentam. Atualmente, o ChatGPT está na versão 3.5, e já foi anunciada a versão 4.0, que deve vir “mais consciente e mais criativa”, segundo seu fundador.
Brockman acredita que esse crescimento exponencial não é competitivo para outras empresas que queiram desenvolver algo semelhante. “É mais fácil ficar plugado às soluções da OpenAI, e é por isso que eu considero o ChatGPT uma plataforma.”
Mas tudo o que cresce muito rápido passa por uma boa dose de turbulência. O executivo admite que sua equipe não foi ligeira o bastante para corrigir as interpretações equivocadas da plataforma, como apontou Elon Musk, dono da Tesla e do Twitter e um dos investidores da OpenAI. “Ele está certo. O ChatGPT tinha viés.” Brockman também admite o mau uso da ferramenta para a geração de conteúdos e fake news sobre drogas, remédios e outros temas.
Questionado por Laurie Segall, da Dot Dot Dot Media, sobre qual será o futuro da inteligência artificial, Brockman não hesitou: “Poderemos prever doenças, o funcionamento dos mercados, divórcios...”. Outro exemplo dado por ele vale para a indústria do entretenimento: “Não gostou do fim de uma série? Vai lá e cria o seu, participe dela”, citou. Porém, ele não consegue ir tão longe na previsibilidade. Laurie perguntou como será a IA em 2050. “Inimaginável”, respondeu o executivo, que classifica a IA como uma “tela em branco”.
A OpenAI
No mundo da tecnologia, a chegada do ChatGPT é comparada ao lançamento de produtos icônicos como o iPhone, da Apple, e a ferramenta de busca do Google, da atualmente chamada Alphabet. E o que mais impressiona é que a OpenAI conseguiu todos esses holofotes desde novembro de 2022, quando foi lançado o ChatGPT, solução tecnológica revolucionaria que não tem nem seis meses.
A inteligêcia artificial generativa representou menos de 1% do financiamento total de capital de risco (VC) dos EUA, de 238,3 bilhões de dólares em 2022, informou o PitchBook e a National Venture Capital Association (NVCA).
A Microsoft, que fez parceria com a OpenAI em 2019, em um movimento de grande sucesso, supostamente investirá outros 10 bilhões de dólares, o que deixará a OpenAI avaliada em 29 bilhões de dólares.
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