A Intel divulgou na segunda-feira (04) uma campanha para ajudar seus clientes a identificar mitos que costumam ser abordados por suas empresas concorrentes, e sem surpreender, a única fabricante citada no material é a AMD. No documento, a líder do segmento critica sua rival por utilizar uma nomenclatura confusa e ilusória em seus processadores.
A equipe azul destaca que a concorrente utiliza tecnologias muito antigas em alguns processadores para notebooks da linha “Ryzen 7000”, que foram lançados no início de 2023. Como exemplo, o Ryzen 5 7520U é um processador baseado em Zen 2, uma arquitetura introduzida com a antiga linha “Ryzen 3000” em 2019.
O argumento da gigante de hardware é que essa nomenclatura pode fazer alguns consumidores acreditarem que estão comprando um processador com tecnologias de última geração, quando, na verdade, está implícito em seu nome que se trata de um chip baseado em Zen 2 — uma arquitetura ainda mais antiga que os processadores “Ryzen 5000”.
“O número 7 é a única coisa nova em alguns dos processadores AMD Ryzen 7000”, afirma a Intel. A AMD havia explicado sua nova nomenclatura em setembro do ano passado, antes do lançamento de seus novos processadores para notebooks. O esquema foi criticado pelos fãs da marca por potencialmente confundir usuários leigos no assunto.
Dissecando o Ryzen 5 7520U, seu nome representa os seguintes dados:
- 7: ano de lançamento (2023)
- 5: modelo (Ryzen 5)
- 2: arquitetura (Zen 2)
- 0: refere-se à versão básica da arquitetura
- U: projetado para notebooks ultrafinos (TDP de 15 a 28W)
Para comparar, a diferença de desempenho entre o Ryzen 5 7520U (baseado em Zen 2) e o Ryzen 5 7530U (baseado em Zen 3) é de 46%. Isso significa que qualquer pessoa sem familiarização com essa nomenclatura poderia ter sérios prejuízos em que se refere ao poder e eficiência de energia de seus dispositivos. Para evitar confusão, veja as definições abaixo:
- Ryzen 7020 (Mendocino, Zen 2): notebooks de entrada
- Ryzen 7030 (Barcelo-R, Zen 3): notebooks básicos e finos
- Ryzen 7035 (Rembrandt-R, Zen 3+): notebooks premium e finos
- Ryzen 7040 (Phoenix, Zen 4): notebooks ultrafinos de alto desempenho
- Ryzen 7045 (Dragon Range, Zen 4): notebooks de altíssimo desempenho
Curiosamente, esse problema de nomenclatura não é limitado à AMD. A Intel também mantém o costume de lançar processadores com recursos antigos sob nomes que indicam uma nova tecnologia. Toda a família de 14ª geração, por exemplo, possui a mesma arquitetura e litografia da 13ª geração, além de configurações de núcleos quase idênticas.
A Intel também recicla sua litografia “Intel 7” (antes conhecida como “10 nanômetros”) desde 2021, ano em que lançou o Core de 12ª geração, com destaque para a combinação de núcleos de alto desempenho com núcleos baixo consumo baseados na microarquitetura “Gracemont” — que ainda é utilizada nos processadores Core de 14ª geração.
A “apostila” da Intel incluem benchmarks que comparam o desempenho dos processadores com arquitetura Zen 2 da AMD com modelos da linha Core de 13ª geração. Como esperado, nos dados da empresa, o Core i5-1335U de 10 núcleos e 12 threads é 83% mais rápido que o Ryzen 5 7520U de 4 núcleos e 8 threads.
Outros dados incluídos no material baseiam-se na mesma premissa de que os consumidores podem ser prejudicados ao se confundirem com a nomenclatura de processadores da AMD. Na página abaixo, a empresa compara o Ryzen 7 7735U (baseado em Zen 3+) e o Ryzen 7 7840U (baseado em Zen 4) com o Core i5-1335U e Core i7-1355U.
Cabe observar que não há informações sobre a eficiência de energia dos processadores mencionados pela Intel, o que seria um fator importante para o segmento de notebooks, uma vez que esses aparelhos dependem de uma bateria, e um consumo elevado poderia ter impacto negativo na experiência dos usuários.
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Intel critica AMD por utilizar tecnologias antigas em processadores lançados em 2023 - TudoCelular.com
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