Quando criança, Morganna Mor sonhava em se tornar uma sereia. Aos 26 anos, a ideia se tornou uma realidade lucrativa. Ela é a criadora da empresa Sereia Guardiã, uma marca de roupas e acessórios voltados para a prática do sereismo que desde 2021 oferece itens para os amantes do universo das sereias. O carro-chefe da empresa são as caudas realistas para mergulho. Ao lado de outros produtos, os adereços rendem um faturamento médio de 200 mil por ano.
A empreendedora do Rio Grande do Sul é uma amante da água. Ela aprendeu a nadar com um ano de idade, participou de campeonatos locais de natação e, aos 16, fez seu primeiro curso de mergulho, até se tornar instrutora na modalidade e também sereia profissional. Foi com essa experiência que percebeu uma carência no Brasil de equipamentos adequados para o nado de sereias.
"Eu pensei que poderiam ter outras pessoas que gostavam disso assim como eu. Mas eu não tinha nem ideia de como produzir as caudas", lembra Mor.
Negócios de moda:
Em 2020, a empreendedora investiu R$ 10 mil em recursos próprios para desenvolver diversos protótipos de caudas para o nado golfinho — estilo de natação que ajuda os praticantes a imitar movimentos característicos de sereias. Após atingir o formato adequado para os acessórios, ela lançou sua primeira coleção um ano depois. Em dois anos, a empresa vendeu 300 unidades da peça. O tipo mais elaborado, com muitas barbatanas, custa R$ 1.149 ou US$ 359 no site internacional da marca.
Segundo Mor, as caudas são projetadas por ela e testadas uma a uma em ambiente sub-aquático, inclusive as disponíveis para venda. Ela explica que as peças precisam ser não só bonitas e confortáveis, como também devem permitir o nado de forma segura e ser de fácil retirada quando necessário.
Além das caudas, a Sereia Guardiã vende biquínis, leggings, braceletes, camisetas e até roupas para bonecas. Os produtos seguem coleções inspiradas na história de quatro clãs de sereias criados por Mor. No site da loja, os consumidores podem responder um quiz para descobrir a qual clã pertence: Exploradores, Tropicais, Abissais ou Tempestades. "Foi uma forma que encontrei de conectar mais esse universo com as pessoas", diz.
Na linha do sereismo, ela também realiza cursos para quem deseja adotar a prática como estilo de vida ou entender as técnicas do nado. Os workshops, que já formaram 40 pessoas, começaram a ser feitos em 2022, e focam no desenvolvimento de habilidades como respiração, apneia, segurança e performance durante o mergulho.
Fora do 'hype'
Para empreender no ramo, Mor encarou os desafios de apostar em um segmento que perdeu a popularidade no Brasil recentemente. Com base nos dados do Google Trends, o interesse nas pesquisas pelo termo "sereismo" tiveram seu ápice em abril de 2017 e decaíram nos anos seguintes. Na mesma época, estreou na Rede Globo a novela 'A Força do Querer', protagonizada pela personagem Ritinha, que trabalhava como sereia profissional. A atriz Isis Valverde, que deu vida à protagonista, aparece entre os assuntos mais pesquisados na plataforma.
Mesmo fora do hype, Mor diz que foi possível consolidar o negócios por meio de um público nichado que ainda permanece interessado nesse tema no Brasil. Ela também tem clientes internacionais e já exportou produtos para 15 países, com destaque para os EUA. Por isso, como meta para 2024, a empreendedora pretende difundir mais a prática em território nacional por meio da Sereia Guardiã.
"A gente tem um nicho no Brasil que é bem fechado, independentemente de hype, e a nossa ideia para o ano que vem é, através de cursos e da conscientização, poder expandir o sereismo, pois existem muitas pessoas que se conectam com essa essência de sereia, mas não sabem que isso existe no país", afirma Mor. "Queremos ampliar nossos pontos de revenda, lançar caudas de treinamento e fazer parcerias com outras marcas que têm o mesmo propósito de amor pelo mar".
Empreendedora resgata prática do sereismo e fatura R$ 200 mil com marca especializada em caudas - Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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