Eu adoro RPGs e com o tempo entendi que aquilo que mais me fascina nesses jogos é a imersão que eles podem proporcionar. Para isso considero que uma boa história seja essencial e algo que pode contribuir muito para o enredo, são as missões paralelas, também conhecidas como sidequests. Pois o Starfield poderá ser um prato cheio para quem gosta de se desgarrar da história principal.
Prestes a chegar ao PC e Xbox Series S|X, o promissor jogo da Bethesda tem despertado o interesse em muitas pessoas pela quantidade de conteúdo que terá a oferecer e verdade seja dita, se considerarmos o passado da desenvolvedora, ninguém esperaria menos.
Quem falou sobre esse aspecto foi Jamie Mallory, produtor do Starfield e que ao ser questionado sobre o que mais tem lhe agradado no jogo que está ajudando a criar, não escondeu sua empolgação com porções da história que muitos nem chegarão a conhecer.
“Ultimamente tenho me aprofundado nas linhas de missões para todas diferentes facções e fiquei agradavelmente surpreso com a incrível variedade de suas histórias,” afirmou Mallory. “É como desvendar um tesouro de narrativas cativantes que muitas pessoas podem nem perceber que existem.”
Isso se deve, segundo produtor, ao fato de que muitas pessoas passarão correndo pelo enredo principal, mas aqueles que se dispuserem a explorar o jogo por caminhos poucos convencionais terão “um verdadeiro deleite”.
“A quantidade de conteúdo incluso nessas histórias de facções é realmente surpreendente,” continuou Mallory. “É como embarcar numa grande aventura dentro de uma aventura, onde cada escolha que fizer e cada interação que tiver, moldam o curso da história. O desenvolvimento de personagens, as reviravoltas, os dilemas morais — estou completamente fisgado!”
Para ele, essas missões oferecerão uma oportunidade para mergulharmos mais fundo no rico universo do jogo, quando poderemos descobrir detalhes que contribuirão muito para tornar toda a experiência bem mais interessante.
O produtor encerrou pedindo para que aqueles que forem experimentar o Starfiled se desviem um pouco da missão principal e deem uma chance às missões das facções. Assim poderemos conhecer um jogo ainda melhor, com todo o esforço e o tempo extra dedicado ao RPG futurista sendo recompensados. Será como “desembrulhar um presente surpresa dentro do próprio jogo — um presente que o deixará com memórias inesquecíveis e uma admiração renovada pela criatividade sem limites dos designers e desenvolvedores de jogos.”
É claro que tudo isso pode não passar do mais puro marketing, uma maneira de uma das pessoas mais importante do projeto tentar conquistar um público maior. Porém, a Bethesda possui um bom histórico quando se trata de sidequests interessantes e acredito que eles conseguirão repetir a dose.
Porém (e sempre tem um porém), o que me obriga a ficar um tanto cético em relação a todo esse discurso é o fato de já estar cansado de ver jogos imensos, mas que recorrem a missões paralelas insossas só para encher linguiça. No geral, essas atribuições que os NPCs nos dão se resume a ir até algum lugar, matar uns inimigos ou coletar uma certa quantidade de itens e voltar para os preguiçosos personagens que acham que não temos nada melhor para fazer.
Isso acontece, por exemplo, no Final Fantasy XVI. Embora eu tenha adorado o jogo e admita que suas sidequests consigam tornar o mundo de Valisthea muito mais complexo, após algumas horas fica cansativo ter que nos submeter a essas missões apenas para conhecer as histórias dos personagens.
É uma pena, mas acredito que a Square Enix tenha perdido uma ótima oportunidade de nos colocar para realizar tarefas com alguma variedade, o que certamente tornaria o ritmo do jogo muito melhor.
Contudo, este não é um problema exclusivo dos profissionais da Creative Business Unit III, sendo que no caso da aventura protagonizada por Clive Rosfield, ao menos as repetitivas missões paralelas muitas vezes servem para nos entregar boas histórias.
Já no outro lado desta moeda temos estúdios como a Rockstar e a CD Projekt Red. A primeira tem mostrado ao longo dos anos como a série Grand Theft Auto se beneficiou de ótimas sidequests, com muitas delas sendo até mais interessantes que as principais.
Já em se tratando dos poloneses, sempre defenderei que nunca joguei um título com tantas missões paralelas fantásticas quanto o The Witcher 3: Wild Hunt. Para ser sincero, chego a achar que aquele RPG já seria um dos melhores de todos os tempos mesmo se não contasse com o fio condutor que nos leva até o desfecho da campanha. Caso ele nos jogasse no seu vasto mundo virtual e tivéssemos apenas que ajudar os moradores locais, eu já ficaria bastante satisfeito.
O que me intriga é pensar em como boa parte das empresas não parecem muito interessadas em investir nessas missões “menos importantes”. Eu sei que o custo para algo assim não é baixo, sei que ser criativo na hora de criar incumbências para o jogador é algo bastante desafiador, mas como não ficar com a sensação de que o estúdio só quis aumentar artificialmente a duração de suas criações?
Por tudo isso, realmente torço para que a Bethesda tenha sucesso com o Starfield nessa parte das sidequests. Caso isso aconteça, tenho certeza que se repetirá algo que vimos no Fallout 3 ou no The Elder Scrolls V: Skyrim, títulos em que muitos simplesmente preferiram passar dezenas de horas realizando as mais variadas tarefas e como reclamar disso? Afinal, há coisas que, se não são mais importantes, pelo menos podem ser mais divertidas do que salvar o mundo, não é mesmo?
Starfield e a busca pelas sidequests perfeitas - Meio Bit
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