Pouco mais de 13 anos após o Red Dead Redemption ter estreado no PlayStation 3 e Xbox 360, o jogo de faroeste está de volta! Porém, dessa vez as plataformas escolhidas para esse relançamento foram o PlayStation 4 e o Nintendo Switch, mas e quanto ao PC e o Xbox One/Series? Bom, enquanto o primeiro foi novamente ignorado, o segundo simplesmente não precisa de uma nova versão.
Mas não me entenda errado. Quando digo que não havia necessidade de tal anúncio para os consoles mais recentes da Microsoft, não me refiro a tão fantástico jogo ser dispensável. A questão aqui está num recurso em que a Gigante de Redmond vem investindo há muitos anos, a retrocompatibilidade.
Podendo ser aproveitando num Xbox One desde julho de 2016, o Red Dead Redemption ainda pôde se beneficiar do maior poder de processamento daquele aparelho, passando a rodar com uma melhor taxa de frames. Já em abril de 2018 foi a vez do título receber uma atualização para o Xbox One X, quando sua resolução saltou de meros 720p para 4K, além de ter recebido algumas melhorias nos gráficos.
Graças a essas revisões, a saga de John Marston se tornou visualmente muito mais agradável, fazendo com que um jogo que já era muito bom, se tornasse ainda melhor. Por tudo isso, não faria o menor sentido a Take-Two investir num relançamento para os Xboxes, a menos, é claro, que eles se deixassem levar pela ganância.
Por mais condenável que tal atitude pudesse ser, eu não ficaria surpreso se a editora optasse por remover a versão para Xbox 360 da loja do console e passasse a vender esse relançamento. Isso certamente seria péssimo para o consumidor, afinal, hoje o jogo pode ser adquirido por menos de R$ 90, enquanto no PS4 e Switch o seu preço foi estipulado em salgados R$ 249 (ou US$ 50)! Tudo bem, nessas plataformas o jogo estará localizado para o nosso idioma e trará o DLC Undead Nightmare Pack, mas esse conteúdo custa apenas R$ 20 no videogame da Microsoft.
O público obviamente não gostou do valor escolhido pela Take-Two, com publicações no Reddit pedindo para as pessoas não comprarem essa nova versão. Então, ao ser questionado sobre o motivo para o valor ser tão alto, o CEO Strauss Zelnick se defendeu: “isso é exatamente o que acreditamos ser o preço comercialmente correto para ele. [O Undead Nightmare] por si só era um ótimo jogo independente quando foi lançado originalmente, então sentimos que este seja um ótimo pacote pela primeira vez e certamente um grande valor [agregado] para os consumidores.”
O que o executivo parece ter feito questão de não mencionar são os pontos que muitos estão tratando como negativos nesta nova versão, como a ausência do multiplayer, gráficos que não receberam melhorias ou mesmo a incapacidade de o jogo rodar a 60 FPS. E ao considerarmos que boa parte disso está disponível no Xbox One (incluindo o multiplayer), se torna quase impossível defender a Take-Two.
Também é interessante notar que tal anúncio — e a manutenção da retrocompatibilidade para o Xbox 360 — aconteceu justamente quando parte da indústria debate o quão nocivo esse recurso pode ser para as empresas. Recentemente o assunto ganhou as manchetes graças a um artigo publicado pelo Video Games Chronicle, onde era tratado alguns rumores sobre o sucessor do Nintendo Switch.
Segundo fontes ouvidas por eles, algumas editoras externas estariam demonstrando preocupação com a ideia do novo videogame ser compatível com a biblioteca do Switch. O motivo estaria no risco de isso afetar as vendas dos títulos da próxima geração, o que até pode fazer algum sentido.
Porém, Zelnick declarou não ter certeza disso e disse como enxerga a situação: “você precisa dar aos consumidores aquilo que eles querem, otimizar suas experiências e não pode deixar de entregar um recurso que é capaz, para maximizar as vendas. Isso não está cumprindo seu contrato com os consumidores. Você precisa fazer o melhor que puder por eles. Suponho que seja possível que a falta de retrocompatibilidade possa aumentar sua receita com o tempo, mas a que custo?”
“Nós não somos fabricantes de hardware, então não temos que tomar essas decisões,” continuou o CEO. “Mas penso que se você pode ser tecnicamente compatível, então irá querer ser. No entanto, em certos casos, se o avanço for suficientemente grande, essa não é uma possibilidade.”
Mesmo já tendo visto alguns alegarem que a retrocompatibilidade é algo irrelevante, que um número muito pequeno de pessoas o aproveita, esse é um recurso que considero fantástico. Poder jogar no meu atual ou próximo console os títulos que foram lançados para os anteriores é um extra que sempre levarei em consideração na hora de uma compra, principalmente se essa disponibilidade trouxer consigo algumas melhorias, como acontece na família Xbox.
No início da atual geração isso ficou bastante evidente, já que os títulos feitos exclusivamente para ela demoraram a surgir. Assim eu pude revisitar ou mesmo conhecer vários jogos lançados para a anterior, em muitos casos podendo fazer isso com uma resolução maior e/ou com uma taxa de frames estável. Eu compraria um consoles apenas por isso? Certamente não, mas foi muito bom ter uma biblioteca bem maior à minha disposição.
Quanto ao Red Dead Redemption, ver um jogo como esse se tornando mais acessível é algo que nunca lamentarei, embora o preço cobrado pela Take-Two realmente pareça um pouco alto. De qualquer forma, se você tiver a oportunidade de jogá-lo, faça isso e se puder ser num Xbox One ou Xbox Series S|X, melhor (e mais barato) ainda.
Red Dead Redemption e a importância da retrocompatibilidade - Meio Bit
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