Ameca, o robô que impressiona por semelhança com humanos — Foto: Patrick T. Fallon/AFP
O lançamento do robô conversador ChatGPT no fim de 2022 levou muitas pessoas a se perguntarem o que será de seus empregos no futuro. Isso porque a ferramenta consegue escrever, programar e até dar conselhos.
A chamada inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês) ainda não existe na prática, mas é um termo usado para tratar de sistemas que aprendem e realizam ações como seres humanos.
Isso está sendo buscado, por exemplo, pela DeepMind, área de inteligência artificial do Google, e a OpenAI, criadora do ChatGPT.
Ainda assim, ele alerta que muitos empregos estarão em risco com versões levemente aprimoradas desses robôs, também chamadas de modelos de linguagem grande (LLM, na sigla em inglês).
"Os sucessores do ChatGPT, mesmo os que não tiverem inteligência humana, provavelmente fariam 80% dos trabalhos humanos", opinou o pesquisador, em entrevista ao g1 durante o Web Summit Rio.
"A lição é que a maior parte do que as pessoas são pagas para fazer não requer um raciocínio complexo de vários estágios ou originalidade criativa".
Ben Goertzel, criador de robôs, durante o Web Summit Rio — Foto: Eóin Noonan/Web Summit Rio via Sportsfile
Máquinas substituirão humanos?
A aposta de Ben Goertzel é que máquinas que pensam como humanos serão realidade no futuro próximo, num intervalo de três a oito anos. Para ele, se isso acontecer, será preciso haver uma espécie de renda básica universal que compense a perda de empregos.
"O mundo tem dinheiro suficiente para sustentar a todos, mas as pessoas nos países ricos não querem dividir seu dinheiro com outros países", afirmou Ben.
"É puramente um problema de ganância e má organização social e econômica, que eu acho que o mundo vai resolver. O problema é que o mundo será chamado muito rapidamente a uma adaptação".
Ben Goertzel é um dos criadores da Sophia, robô que ficou conhecida em 2018 como a mais inteligente do mundo
"Uma alternativa é acelerar o desenvolvimento se você achar que pode fazer isso de uma maneira benéfica", disse o pesquisador.
Apesar dos alertas, Ben acredita que não há por que ter medo de que as máquinas que acabem com os seres humanos, como acontece nos filmes. Isso porque a tecnologia está sendo desenvolvida principalmente por empresas que querem "apenas" vender coisas para as pessoas.
"Não dá para descartar um 'Exterminador do Futuro' ou algo assim como resultado. Mas acho que é bastante improvável, não é algo que alguém está tentando construir", afirmou.
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