O Galaxy S23+ teve lançamento simultâneo: mal foi anunciado fora do Brasil e já chegou por aqui, o que foi uma grande novidade.
Comparado com seu antecessor, o Galaxy S23+ tem um processador melhor, mais capacidade de bateria, câmeras mais potentes e a presença do carregador - algo que não vinha em celulares top da Samsung desde o Galaxy S20.
Como pontos negativos, faltam truques de software ao telefone (o hardware é indiscutivelmente bom) e eventuais aquecimentos quando se joga por muito tempo ou em chamadas via 5G.
Os novos recursos são bem-vindos, mas não diria que isso é motivo para donos de um Galaxy S22 atualizarem para a nova versão - a não ser que você jogue muito, muito mesmo com o telefone.
Depois de testar o modelo, recomendaria o Galaxy S23+ para quem quer um top mais compacto (comparado com o grandão S23 Ultra, o rei dos excessos) e não precisa da S Pen, caneta para usar na tela sensível ao toque.
Pontos Positivos
- Câmeras com ótimas fotos e vídeos -- destaque para o mecanismo de estabilização
- Desempenho top de linha e boa bateria
- Telefone bonito, com cores bacanas e ar premium com acabamento de metal
Pontos Negativos
- Corpo esquenta em sessões longas de jogatina
- Poderia vir com um carregador mais potente
- Faltam recursos espertos de software
Veredito
O Galaxy S23+ é o melhor Android sem caneta da atualidade. O telefone tem melhorias no desempenho e atualizações incrementais nas câmeras. Diferentemente dos modelos anteriores, a Samsung agora inclui carregador de 25W na caixa. Contudo, o investimento tende a ser melhor apenas para quem tem um modelo de celular mais antigo. E o preço tende a ficar menor daqui uns meses. Se puder, vale a pena esperar.
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Houve poucas mudanças físicas no Galaxy S23+ comparado com o Galaxy S22+:
- Não há mais um módulo de câmera espesso
- Vidro da traseira é Gorilla Glass Victus 2, que a empresa diz se mais resistente
De resto, os aparelhos são muito iguais. A lateral continua de metal, e as bordas arredondadas.
Pessoalmente, gosto muito do tamanho do Galaxy S23+. A tela dele de 6,6 polegadas (cerca de 16,8 centímetros na diagonal) tem boas dimensões — ele só não caberá em calças do tipo skinny; provavelmente, sobrará uma parte para fora.
A tela do Galaxy S23+ é igual à do ano passado, inclusive no nível de brilho: 1.750 nits (medida de luminescência) - quanto maior este número, mais brilho na tela.
Desta vez, a novidade fica por conta do que a empresa chama de Advanced Vision Booster - que ajusta a cor conforme o nível de iluminação externa.
Esse controle, além de ajustar a tela, também ajuda a economizar energia. Na prática, esse tipo de configuração faz você praticamente esquecer de ficar se preocupando em ajustar manualmente o nível de brilho — principalmente em dias ensolarados.
O Galaxy S23+ é indiscutivelmente rápido. Ele tem o processador mais avançado da atualidade, Snapdragon 8 Gen 2 Galaxy, e ainda tem 8 GB de memória RAM(que auxilia no desempenho).
Isso quer dizer que ele abre rapidamente todos os aplicativos que você precisar. Até em ações simultâneas, como querer tirar uma foto enquanto ouve música num app de streaming, o celular não nega fogo.
Em games como Asphalt 9 e FreeFire, ele não apresentou nenhum tipo de travamento.
No caso do primeiro, que é um jogo de corrida, até o tempo de carregamento do game impressiona - em celulares convencionais pode levar mais de 20 segundos; em nosso teste, chegou a 15 segundos.
O que me incomodou é que o celular ficava bem quente ao jogar por mais de 20 minutos ou ao fazer chamadas de vídeo pelo 5G por um longo período de tempo.
Apesar de ter colocado uma câmara (de dissipação) de calor maior no celular, a própria Samsung reconhece que pode rolar este aquecimento. E quando isso acontece, recomendam que você vá em Configurações > Assistência do Aparelho e Bateria, e toque em Otimizar agora.
Outro aspecto que pode ser melhorado é que, apesar de ter um hardware ótimo, falta à Samsung investir em truques de software. Na Coreia, por exemplo, tem um sistema que "clona" sua voz e pode responder chamadas por você. Nada disso no Brasil. Seria bom se esse tipo de funcionalidade também estivesse disponível em português.
Se o Galaxy S22+ já tinha uma boa autonomia de bateria para um dia inteiro de uso, o Galaxy S23+ está ainda melhor. No meu uso diário, eu terminava o dia com cerca de 33% de carga restante.
Em meu uso do dia a dia: o telefone fica a maior parte do tempo no 4G/5G. No caminho para o trabalho eu baixo podcasts e álbuns no Spotify para ouvir no metrô, já que em algumas estações a conexão não pega. Também uso bastante o WhatsApp, além de entrar no Instagram, TikTok e Twitter várias vezes ao dia.
O S23+ tem 4.700 mAh de bateria, contra 4.500 mAh do S22+. Isso, combinado com um processador mais eficiente em 2023, faz com que o telefone dure um dia todo sem problemas (estou falando de cerca de 16 horas de uso, sendo 6 horas de tela ligada).
Um ponto positivo é que ele vem com um carregador de 25W na caixa. Ele carrega de 15% a 80% em 37 minutos, o que é uma boa velocidade - para chegar até 100% leva 1 hora e 5 minutos.
Alguns celulares lançados no ano passado têm potências muito maiores. O Realme GT2 vem com um carregador de 65W (20% a 100% em 30 minutos), e o Moto Edge 30 Ultra vem com um de 125W (15% a 100% em 20 minutos).
Diria que o conjunto de câmeras do Galaxy S23+ conta com uma atualização incremental comparado ao Galaxy S22+ - não justifica a troca para a maioria das pessoas.
- câmera selfie é de 12 MP (no S22+ era de 10 MP)
- melhoria na estabilização e gravação de vídeo até 8K
Na prática, as fotos continuam sempre muito boas, com a Samsung usando inteligência artificial para melhorar imagens em cenas iluminadas e com pouca luz.
Em fotos durante o dia, você pode esperar cores fortes e altas taxas de contraste. Em imagens com pouca luz, o resultado reduz granulação e costuma captar um bom nível de detalhamento. Isso também se estende à câmera selfie, que capta fotos bem decentes em ambiente escuro.
Fotos tiradas com o Galaxy S23+
Por padrão, os celulares da Samsung pesam no retoque das imagens. Há quem goste, e há quem não curta.
No que diz respeito à gravação, o modo para diminuir cenas tremidas não deixa nada a desejar comparado com a função equivalente da Apple. Mesmo correndo, o celular consegue usar a estabilização óptica para controlar os "tremores" próprios da atividade.
Pessoalmente, tem algumas funções que curti mais no Galaxy S23+:
- Vídeo em modo retrato: desfoca o fundo da imagem ao vivo, o que pode ser legal se você não estiver num local bacana para gravar
- Visão do diretor: permite gravar com a câmera selfie e uma das traseiras simultaneamente (pode ser uma boa para quem está fazendo um vídeo de "react)".
- Ao tirar selfie, é possível clicar no ícone de uma varinha de condão e desligar os filtros e "ajustes" que o celular faz automaticamente em você - caso você queira dar um truque nas suas fotos, ele permite configurar o tom da pele, aumentar os olhos e ajustar a linha do maxilar (que eu chamo informalmente de modo "harmonização facial")
Sabe aquela pessoa que aparece na foto na hora errada, e depois é difícil para remover? A Samsung ajuda a resolver isso com o Apagador de Objetos.
Presente no app Galeria, a funcionalidade, como o nome sugere, apaga pessoas ou objetos numa foto. Para usá-la, basta abrir uma imagem, tocar na opção editar e escolher a opção.
Na sequência, toque o item que se quer apagar (cheque se está devidamente selecionado) e clique em apagar. Muitas vezes, mesmo após apagar o item, é necessário selecionar a área novamente, pois a imagem costuma ficar esquisita.
Funciona bem para ajustes rápidos e remoção de itens pequenos de uma foto. Se o objeto que você quer apagar for muito grande, o resultado pode ficar esquisito.
Jogando a real, o Galaxy S23+ é o melhor Android do mercado sem a compatibilidade com a caneta (caso contrário, o S23 Ultra seria o vencedor).
É bonito, mega rápido e tem a melhor política de atualização - a Samsung oferece até quatro atualizações do Android. Isso significa que até 2027 o sistema será atualizado.
Dito isto, por R$ 6.999 (256 GB), a prazo - ou R$ 6.299 à vista — eu diria que o Galaxy S23+ é uma atualização incremental, e não chega a ser essencial para quem já tem um Galaxy S22+.
Se você tem um Galaxy S mais antigo, aí o cenário muda e o investimento pode valer a pena. É bom ressaltar que, meses após o lançamento, a marca costuma baixar o preço. O custo-benefício fica ainda mais atrativo.
Olhando para os concorrentes, em termos de processador o mais próximo é o Moto Edge 30 Ultra, que no site da Motorola é encontrado por R$ 6.499 (ou R$ 5.524,15 a vista) e vem com vários acessórios (capinha e carregador ultrarrápido). Porém, tem três atualizações do Android gratuitas.
Por parte das fabricantes chinesas, há o Xiaomi 12, que tem potência de sobra e boas câmeras. Ele chegou bem caro ao Brasil na loja oficial, cerca de R$ 8.740 à vista, mas pode ficar mais barato, dado que a companhia apresentou já o Xiaomi 13. Vale ficar de olho nessa movimentação, se você quer um Android top de linha.
Galaxy S23+ tem poder de sobra, mas só vale para quem tem Android antigo - Tilt
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