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Thursday, November 24, 2022

Missão Artemis: conheça os 10 mini satélites que pegaram carona no foguete - Tilt

Dez 'CubeSats' aproveitaram o foguete SLS (Space Launch System ou Sistema de Lançamento Espacial), que lançou a cápsula Orion até a órbita da Lua, para uma carona espacial. São nanossatélites, do tamanho de uma caixa de sapato, que vão realizar diversos experimentos científicos.

Eles são da classe 6U — uma unidade de medida U equivalente a um cubo de 10 centímetros de aresta —, com 20 cm de altura, 10 cm de largura e 34 cm de comprimento. Cada um pesa entre 1 e 10 quilos.

Os CubeSats foram desenvolvidos pela própria Nasa, por agências espaciais parceiras, universidades, pequenas e grandes empresas aeroespaciais e/ou institutos de pesquisa. Seus objetivos incluem estudos de diversos aspectos da Lua e do Sistema Solar, e de novas tecnologias para viagens interplanetárias.

Confira qual é a função dos 10 nanosatélites lançados com a missão Artemis 1:

ArgoMoon

Desenvolvido pela empresa italiana Argotec, para a Agência Espacial Italiana, seu objetivo é registrar imagens do Estágio Interino de Propulsão Criogênica (ICPS) do foguete SLS e, posteriormente, da Terra e da Lua. Essas informações serão úteis para o planejamento de futuras missões. Equipado com duas câmeras de alta definição e software de imagem avançado, ele já está operante e nos enviando belas imagens da Lua.

BioSentinel

Desenvolvido pelo Ames Research Center, da Nasa, quer medir o impacto da radiação espacial em organismos vivos fora da magnetosfera protetora da Terra. Para isso, está carregando células de levedura — quem têm mecanismos semelhantes aos das humanas. Será o primeiro experimento biológico de longa duração a ocorrer no espaço profundo, e pode ajudar a proteger os astronautas em viagens mais distantes, como a futura exploração de Marte.

cubesat biosentinel - Nasa - Nasa

Placa com células de levedura

Imagem: Nasa

CuSP

O "CubeSat de estudo das Partículas Solares" (CuSP, na sigla em inglês) vai estudar a radiação e os campos magnéticos que fluem do Sol — e podem causar diversos efeitos na Terra. Foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto de Pesquisa Southwest, em parceria com a Nasa. Equipado com três instrumentos, ele ficará na orbita do Sol, e pode ser o primeiro passo para a criação de uma constelação de nanossatélites para monitorar o clima espacial constantemente.

Equuleus

Desenvolvido pela Universidade de Tóquio e pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa), tem como objetivo medir a plasmosfera ao redor da Terra — uma região de nossa atmosfera que contém elétrons e partículas altamente ionizadas que giram com o planeta. Também estudará impactos de meteoros e o ambiente de poeira ao redor da Lua. Os dados serão importantes para a proteção de seres humanos e eletrônicos contra danos causados pela radiação, durante viagens espaciais mais longas.

LunIR

Usando um sensor infravermelho avançado em miniatura, irá coletar imagens e dados sobre a superfície lunar e seu ambiente, incluindo composição, assinaturas térmicas, presença de água e possíveis locais de pouso. Foi financiado pela Nasa e construído pela Lockheed Martin. Este mapeamento da Lua visa a proteger os astronautas de possíveis riscos nas futuras missões espaciais.

Lunar IceCube

Como o nome sugere, sua tarefa principal é investigar o gelo lunar. Também estudará a exosfera, camada superior da atmosfera, a fim de compreender a dinâmica da água e de outras substâncias na Lua. As informações fornecidas ajudarão a prever mudanças sazonais do gelo lunar capazes de afetarem seu uso como recurso no futuro. É uma colaboração entre a Universidade Morehead State, a Busek Company e a Nasa.

LunaH-Map

Seu nome significa "Mapeador Lunar de Hidrogênio Polar". Desenvolvido pela Universidade Arizona State e patrocinado pela Nasa, tem como missão medir a distribuição e a quantidade de hidrogênio no Polo Sul da Lua. Produzirá um mapa de alta resolução, para revelar novos detalhes sobre a distribuição de gelo potencial já identificado por missões anteriores — como na cratera Shackleton. Isso nos ajudará a entender como a água chegou lá, quanta ainda pode estar disponível e como poderia ser usada como recurso para missões de exploração mais longas na Lua.

NEA Scout

O "caçador de asteroides próximos à Terra" é uma mini missão robótica de reconhecimento, que voará até o objeto 2020 GE e nos enviará dados (tamanho, forma, rotação, propriedade da superfície etc). É equipado com uma vela solar — sistema de propulsão que utiliza a pressão da radiação do Sol — e com uma câmera científica de 20 megapixels, a NEACam. Os dados podem ajudar a explicar como asteroides se formaram e evoluíram, além de contribuir para pesquisas de defesa planetária. Desenvolvido pela Nasa.

vela solar - Nasa - Nasa

Vela solar para impulsionar NEAScout até asteroide

Imagem: Nasa

Omotenashi

Um minúsculo módulo de pouso, que se desprenderá do nanossatélite, será a única parte da missão Artemis 1 que tocará a superfície da Lua. Desenvolvido pela Jaxa, tem o objetivo de testar tecnologias e manobras de trajetória que permitam o pouso de pequenos módulos em luas e planetas. Se bem-sucedido, também irá medir a radiação da superfície e investigar a mecânica do solo rochoso, usando acelerômetros.

Team Miles

Desenvolvido pela Miles Space, em parceria com o desenvolvedor de software Fluid & Reason, pretende demonstrar propulsores híbridos de plasma e laser para viajar cerca de 96 milhões de quilômetros — sendo a primeira nave deste tamanho a chegar a essa distância (para efeitos comparativos a distância mínima da Terra até Marte é de cerca de 54 milhões de quilômetros). Também testará um rádio via software para comunicação. Mas o grande objetivo é participar da Corrida do Espaço Profundo da Nasa.

Pode ser que alguns dos CubeSats estejam com problemas. Até o momento, seis deles enviaram sinais consistentes para os operadores da missão: Equuleus, LunIR, CuSP, LunaH-Map, ArgoMoon e BioSentinel; outros dois estão em funcionamento, mas com anolamias: LunIR e Omotenashi; e os últimos dois (NEAScout e Team Miles) ainda não conseguiram se comunicar com a Terra.

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