Desde o início da exploração em Marte, o pôr do Sol no Planeta Vermelho é registrado em várias regiões. Embora seja difícil descrever com precisão o que uma pessoa veria durante o pôr do Sol por lá, as fotografias das missões robóticas nos ajudam a ter uma boa noção. É que mesmo as câmeras mais modernas, como as utilizadas pelo Perseverance, podem apresentar cores imprecisas. Isso porque o azul, distribuído na parte da atmosfera mais próxima do Sol, é um pouco mais difícil de ser capturado pelos instrumentos.
Cada dia de Marte (denominado de Sol), dura 40 minutos a mais que um dia terrestre. Isso significa que os operadores das missões precisam ajustar seus horários de sono de acordo com a duração dos dias marcianos. Para causar menos impacto, muitos deles se revezam, o que ajuda a manter uma supervisão contínua dos veículos.
Fotografar o pôr do Sol em Marte é mais do que um exercício "artístico". Como Marte está mais afastado do Sol que a Terra, lá nossa estrela é menos brilhante e parece ter apenas cerca de dois terços do diâmetro aparente aqui. Os cientistas fotografam o Sol marciano para entender melhor a atmosfera do Planeta Vermelho — e até mesmo de todos os outros mundos do Sistema Solar.
Fotos do pôr do Sol em Marte
O primeiro pôr do Sol a gente nunca esquece...
A norte-americana Viking 1 foi a primeira missão a pousar uma sonda em Marte com segurança e enviar imagens para a Terra, em agosto de 1976. Então faz sentido que também tenha sido a primeira a fotografar o pôr do Sol marciano. A formação de faixas no céu é um artefato produzido pelos níveis de brilho incrementais da câmera, portanto, difícil de serem removidas sem eliminar algumas informações originais.
A sonda tirou a imagem acima no Chryse Planitia. Já naquela época, as sondas da NASA conduziam experimentos de biologia para procurar possíveis sinais de vida. Aqui, o Sol está 2 graus abaixo do horizonte local, portando vemos apenas o brilho remanescente. Em outras versões corrigidas da foto, o amarelo é substituído pelo azul e o gradiente avermelhado é substituído pela sombra da noite que já caía naquele momento.
...mas o segundo também é bonito
O panorama acima foi registrado em 1997 pela missão Mars Pathfinder, lançada pela NASA no ano anterior levando consigo o Sojourner, o primeiro rover a andar pela superfície marciana. Aliás, foi a primeira missão a pousar Marte desde o Programa Viking, que pousou duas sondas por lá em 1976.
Pôr do Sol na cratera Gusev
Já foto acima foi tirada pelo rover robótico Spirit, na cratera Gusev, em 19 de maio de 2005. O objetivo da missão era procurar por evidências de vida antiga, já que a cratera foi um lago, há muito tempo. As cores na imagem foram um pouco "exageradas" para se aproximarem do que os olhos humanos possivelmente veriam. Essa aparente neblina avermelhada é, na verdade, partículas finas de poeira suspensas na atmosfera. Ainda assim, há um brilho azulado, porque a poeira também espalha a luz dessa cor.
Quase um video do pôr do Sol em Marte
O módulo estacionário InSight, que deve deixar de operar em breve, usou a Instrument Deployment Camera (IDC) acoplada na extremidade de seu braço robótico para fotografar este pôr do Sol. As cores estão desprovidas de azul, mas, segundo a NASA, o olho humano enxergaria algo mais parecido com a versão abaixo, onde as cores foram corrigidas.
Curiosity entrega as cores reais do pôr do Sol em Marte
Este foi o primeiro pôr do sol observado em cores pelo rover Curiosity, ainda em atividade. Dessa vez, pouco foi necessário para tornar a imagem mais semelhante ao que o olho humano enxergaria, pois a câmera Mastcam consegue capturar a cor de maneira muito semelhante àquela que vemos.
A dificuldade em capturar o azul nessas imagens é porque a luz do Sol que a poeira espalha pela atmosfera é vermelha e amarela. Embora as partículas permitam a passagem dos comprimentos de onda azuis, essa cor fica na parte do céu mais próxima ao Sol. Além disso, o azulado é mais pronunciado durante o pôr do Sol, quando a luz solar passa por um caminho mais longo na atmosfera do que ao meio-dia.
Essa vista também foi fotografada pelo Curiosity na borda da cratera Gale, em junho de 2013. O mosaico foi montado com fotos da MastCam, com cores reais e o céu marciano tendo um halo azul bem sutil, logo acima do Sol. A imagem foi reconstruída posteriormente a partir de dados das imagens reais, apenas com a posição do Sol foi alterada porque a imagem original estava superexposta.
A vez do Perseverance
O rover Perseverance, a última missão da NASA a pousar em Marte, fotografou essa imagem panorâmica com sua câmera Right Mastcam-Z, localizada no alto do mastro do rover. O registro é de 9 de novembro de 2021 e a riqueza de informações na imagem já permitiu algumas versões interessantes, feitas por especialistas em edições e publicadas na internet.
8 fotos belíssimas do pôr do Sol em Marte - Canaltech
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