Nesta semana, durante o Dia Internacional da Mulher, a Apple realizou seu primeiro evento do ano, anunciando algumas atualizações de produtos e também dois produtos totalmente novos.
A empresa começou o evento falando sobre seu serviço de streaming, o Apple TV+, com um trailer compilando diversas novidades que estão por vir no serviço. Além disso, anunciou a transmissão de esportes ao vivo, começando pelo Friday Night Baseball.
Rumores de que a empresa estaria negociando acordos para transmissão de esportes ao vivo já vinham pintando há algum tempo, e finalmente estamos vendo a concretização disso. É claro que isso só interessa ao pessoal dos Estados Unidos, já que, por enquanto, esse conteúdo só estará disponível por lá.
iPhone SE de Terceira Geração
Depois, chegou a vez do iPhone SE ganhar mais uma geração, após cerca de dois anos do lançamento da geração anterior. Como eu já vinha comentando por aqui, a atualização não envolveu grandes novidades no design ou a adição de recursos novos sofisticados.
O iPhone SE foi feito para quem busca o iPhone "clássico", com o botão Home, Touch ID e sem frescuras. Por conta disso, o produto costuma ser o corpo de um modelo de iPhone mais antigo, com a tecnologia interna dos modelos mais recentes.
Nesse sentido, a nova geração não decepciona, chegando com o chip A15 —mesmo dos iPhones 13, 13 Pro e 13 Pro Max— melhorias na conectividade com suporte a 5G, maior vida útil da bateria e vidros mais resistentes.
Para quem gosta de câmera, o recurso de estilos fotográficos também está presente no aparelho, já que ele é nativo do chip A15. Mesmo sem as câmeras avançadas dos iPhones da linha 13, o SE dá ao usuário maior controle sobre a forma como as fotos são processadas antes de serem salvas na galeria.
A única decepção com o novo iPhone SE é o preço: 30 dólares mais caro que a geração anterior nos Estados Unidos, que viraram R$ 500 a mais no preço do produto no Brasil. O modelo de entrada do novo iPhone SE sai por R$ 3.779 à vista por aqui.
iPad Air com chip M1
O design atual do iPad Air foi lançado no final de 2020, com o chip A14 que na época também foi incluído nos iPhones da linha 12. Por conta disso, não estava esperando nenhuma mudança externa no produto, afinal a versão de 2020 trouxe um design totalmente novo, sem botão Home, com pouca borda ao redor da tela e Touch ID no botão liga/desliga.
Ao longo de 2021, a Apple atualizou o iPad mini com um design bastante similar ao do iPad Air, além do modelo de entrada do iPad, ambos com conectividade 5G e câmera frontal com o recurso Palco Central. Dessa forma, o iPad Air acabou "ficando para trás" dos outros produtos da linha que são mais baratos que ele.
A atualização do iPad Air foi quase exatamente o que eu esperava: suporte a 5G no modelo celular, câmera frontal ultrawide com Palco Central e um processador mais moderno.
A surpresa foi justamente o processador: em vez de colocar simplesmente um chip A15, a Apple resolveu atualizar o iPad Air com um chip M1, o mesmo dos Macs e dos iPads da linha Pro.
É curioso ver a empresa adotando essa estratégia, já que até pouco tempo atrás a presença do chip M1 no iPad Pro era vista como um diferenciador entre o iPad Air e o iPad Pro.
Pensando bem, existem diversos outros recursos no iPad Pro que o diferenciam do iPad Air: a tela ProMotion, suporte a dispositivos Thunderbolt, Face ID, além da tela mini LED no modelo de 12,9 polegadas.
Não custa lembrar que algum tempo atrás a Apple já diferenciava os chips entre a linha de iPhones e iPads. O chip A12 Bionic foi introduzido com o iPhone XS. Um mês depois, a empresa lançou a terceira geração do iPad Pro, que trouxe o chip A12X. Isso foi feito por diversos anos, sempre com os iPhones portando o chip A(n) e os iPads portando o chip A(n)X.
Talvez a nova estratégia da Apple seja ter apenas duas grandes variantes de chips: uma para dispositivos móveis ou que exigem menos potência no geral, outra para "computadores".
Já ficou claro que a empresa considera os iPads como computadores, então não me surpreenderia se em alguns anos toda a linha de iPad já conte com chips da linha M, até mesmo o modelo de entrada.
M1 Ultra
Desde a introdução dos primeiros Macs com processador próprio —o Apple Silicon— já esperávamos variantes do processador desenvolvidas especialmente para certas máquinas que precisam entregar mais desempenho.
Recapitulando aqui para quem não entende muito de processadores. Existem duas principais formas de aumentar a "velocidade" de um processador: você pode aumentar o desempenho do núcleo (a parte que faz os cálculos), aumentar a quantidade de núcleos permitindo a execução de mais tarefas simultaneamente, ou uma combinação das duas coisas.
O chip M1 começou com o núcleo do processador A14 com algumas melhorias para tarefas mais pesadas. Nos primeiros Macs com M1, a Apple colocou no chip quatro núcleos de alto desempenho, que processam as tarefas mais pesadas, mais quatro núcleos de alta eficiência, que cumprem tarefas menos pesadas gastando muito menos energia.
Depois vieram as variantes Pro e Max, aumentando a quantidade de núcleos de CPU e GPU, além da quantidade máxima de memória RAM suportada. As versões Pro e Max trouxeram melhorias de desempenho significativas, mas não mudam o desempenho individual de cada núcleo do processador.
A grande sacada da empresa com o Apple Silicon foi criar uma arquitetura escalável, permitindo esse aumento de unidades de processamento que juntas trazem grandes melhorias no desempenho.
Essa arquitetura aliada à forma como o software dos Macs funciona garante que a maioria dos apps conseguirá tirar proveito dos novos chips, mesmo sem que os desenvolvedores tenham otimizado seu software especificamente para os mesmos.
Depois dessa explicação, não vai ser difícil entender o porquê de eu estar empolgado com o novo chip anunciado na terça: o M1 Ultra. Basicamente o que a Apple fez foi juntar dois chips M1 Max num único pacote. Não se tratam de dois chips individualmente instalados numa placa lógica, são dois M1 Max fundidos para se tornarem um só, com uma tecnologia que a empresa chama de UltraFusion.
O M1 Ultra pode ser configurado com até 128 GB de memória RAM unificada, que pode ser acessada pelos 20 núcleos de CPU, 64 núcleos de GPU e 32 núcleos de Neural Engine (processador de aprendizado de máquina).
Por conta da arquitetura com memória unificada, esses 128 GB máximos de RAM podem ser acessados pela GPU, tornando o M1 Ultra a GPU com mais memória do mercado.
Mac Studio e Studio Display
Para finalizar, a Apple anunciou o primeiro computador que poderá ser configurado com o chip M1 Ultra. Na semana passada eu finalizei minha coluna com o seguinte comentário:
Ou então a empresa tem outros planos para o Mac Mini topo de linha e nos surpreenderá com um novo modelo de Mac nunca antes visto."
E não é que a Apple fez isso mesmo?
A empresa anunciou o novo Mac Studio, que pode ser visto como um Mac Pro Mini ou um Mac Mini Pro, dependendo do seu ponto de vista. O design é bastante similar ao do Mac Mini, porém mais alto para dar espaço à ventilação necessária para o novo chip.
Uma curiosidade é que, quando configurado com o chip M1 Ultra, o Mac Studio fica cerca de 1 kg mais pesado. Segundo a assessoria da Apple, isso se dá porque o dissipador de calor nessa versão da máquina é de cobre, mais pesado que o alumínio da versão que vem com o chip M1 Max.
O design compacto do Mac Studio, aliado à diversidade de portas tanto na parte traseira quanto na parte frontal da máquina certamente agradará o tipo de público que a Apple pretende atender com este produto.
Para fazer companhia ao Mac Studio, a Apple anunciou também o Studio Display, um monitor externo de 27 polegadas. Muita gente ficou bastante feliz com o anúncio do novo monitor externo da Apple, inclusive este que vos escreve.
Existem muitos monitores bons no mercado, mas infelizmente a maioria deles tem algum tipo de detalhe que incomoda pessoas "chatas" (como eu), geralmente relacionado ao acabamento, confiabilidade ou qualidade de imagem.
Em termos de tela, o Studio Display traz um painel retina com resolução de 5K, mais de 14 milhões de pixels, esquema de cores P3, além do recurso True Tune.
É basicamente um iMac 5K de 27 polegadas só que sem o Mac, exatamente o que eu vinha falando que a Apple devia fazer para oferecer um monitor externo que não custasse os US$ 6 mil do Pro Display XDR, um monitor de referência que apenas estúdios que editam conteúdo em HDR realmente precisam.
Além do painel em si, ele vem com um design feito em alumínio, bordas finas, com opções de suporte com ajuste de inclinação e/ou altura, além de uma opção de acabamento antirreflexo para quem precisa trabalhar em ambientes muito iluminados.
Também conta com portas Thunderbolt e USB-C, capazes de realizar o carregamento rápido do MacBook Pro de 14 polegadas, por exemplo.
Mas o mais interessante do Studio Display está dentro dele: um chip A13. Sim, o monitor externo tem um chip A13, o mesmo que equipava os iPhones 11 e mais potente que o chip da atual geração da Apple TV 4K.
O motivo da existência de um chip tão poderoso no monitor é a presença de uma câmera frontal de 12 megapixels com o recurso Palco Central, ou seja, basicamente uma câmera frontal de iPad embutida no monitor.
Além disso, o monitor traz suporte a Áudio Espacial com Dolby Atmos, contando com seis alto-falantes distintos.
Para completar o "kit multimídia", três microfones garantem videochamadas com áudio limpo, além de trazerem o recurso "E aí, Siri" para qualquer Mac no qual o monitor esteja conectado.
Juntando todos esses recursos, o Studio Display chega como um excelente monitor externo premium para quem deseja uma mesa de trabalho simples e elegante.
Apesar de estar esperando o anúncio da nova geração de Apple Silicon (M2) no evento da terça, não fiquei decepcionado com a falta do anúncio.
A Apple nos surpreendeu com um Mac totalmente novo e o retorno da empresa ao mercado de monitores externos, mostrando que está pronta para atender as demandas dos usuários de Mac mais exigentes.
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