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Tuesday, February 8, 2022

VÍDEO: na Suíça, homens paraplégicos conseguem andar, nadar e pedalar com ajuda de dispositivo que estimula nervos - G1

Pacientes com paralisia fazem atividades físicas com dispositivo de estimulação neural

Pacientes com paralisia fazem atividades físicas com dispositivo de estimulação neural

Três pacientes paraplégicos conseguiram andar, pedalar e nadar graças a um implante que estimula eletricamente a medula espinhal, anunciaram pesquisadores europeus em um estudo publicado na segunda-feira (7) na revista "Nature Medicine".

Controlado por um tablet com "touchscreen", o dispositivo foi colocado nos pacientes por neurocirurgiões. Feito de 15 eletrodos que permitem a estimulação elétrica de várias partes da medula espinhal, o aparelho é resultado de 10 anos de estudo.

"Neste estudo, descrevemos um novo arranjo de eletrodos, com eletrodos posicionados precisamente para ativar toda a região envolvendo o controle do movimento do tronco e das pernas", explicou o autor sênior da pesquisa, Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne.
Laís Souza e Fernando Fernandes abrem o coração no quadro “Você por aqui?”

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Os pacientes operados puderam dar seus primeiros passos na esteira de um laboratório quase que imediatamente após a cirurgia, embora o movimento não seja comparável a uma caminhada normal. "Não se deve imaginar um milagre imediato", explicou Courtine em entrevista coletiva.

O cientista esclareceu que, diferente de grupos anteriores – que aplicavam um campo elétrico bastante amplo, que ativava primariamente o dorso da medula espinhal –, o grupo dele colocou os eletrodos de forma mais lateral na medula. A intenção era acessar uma espécie de cabo que entra na medula espinhal.

"Dessa forma, pudemos ser muito específicos nas diferentes regiões da medula espinhal que ativamos. Isso é o que traz especificidade na estimulação", disse Courtine.

"[É] uma tecnologia muito mais precisa, que nos permitiu visar indivíduos com a forma mais grave de lesão medular – lesão medular clinicamente completa, sem sensação, sem movimento. E, no entanto, com essa tecnologia, eles conseguiram dar passos independentes ao ar livre, fora do laboratório", completou o pesquisador.

Os eletrodos também são mais longos e maiores do que os usados anteriormente – o que permite que mais músculos sejam acessados, explicou a outra autora sênior do estudo, Jocelyne Bloch.

Outro avanço importante foi que, graças a um software que usa inteligência artificial, os impulsos elétricos são muito mais precisos e se correspondem melhor com cada movimento, em vez de ser um fluxo indiscriminado de corrente.

Bloch espera que, nos próximos anos, esses avanços possam beneficiar um número maior de pessoas. A startup holandesa Onward, que Bloch e Courtine ajudaram a estabelecer, espera lançar um teste em cerca de um ano envolvendo 70 a 100 pacientes, principalmente nos Estados Unidos.

Lesões e avanços

A medula espinhal se estende pela coluna e é uma extensão do cérebro, controlando movimentos que podem ser perdidos se o contato com o cérebro for afetado.

No caso dos três pacientes, as lesões ocorreram abaixo do pescoço e acima da parte inferior das costas, entre 1 e 9 anos antes de receberem o tratamento. Todos eles – homens de 29, 32 e 41 anos – haviam sofrido acidentes de moto.

Nos seis meses seguintes à cirurgia, os pacientes recuperaram a capacidade de realizar atividades mais complexas, como caminhar, andar de bicicleta e nadar em ambientes comunitários fora da clínica, controlando os próprios dispositivos de estimulação nervosa a partir do tablet, disseram os pesquisadores.

Após cinco meses de reabilitação, o progresso foi considerável – um dos pacientes conseguia caminhar quase um quilômetro sem interrupção.

Uma das limitações do sistema é que, quando o estímulo elétrico é interrompido, o efeito também é. Além disso, ele não pode ser mantido de forma ininterrupta, pois esgotaria o organismo do paciente, segundo a France Presse.

Ainda assim, recuperar um pouco dos movimentos diários já é muito, disse um dos pacientes, Michel Roccati, que teve os eletrodos implantados em 2020, três anos após um acidente de moto. "Eu o uso todos os dias, por algumas horas. No trabalho, em casa, para muitas coisas", comentou.

Se os primeiros resultados forem confirmados em ensaios mais amplos, pessoas com lesões na medula espinhal poderão um dia abrir um smartphone ou falar com um smartwatch, selecionar uma atividade como "andar" ou "sentar" e enviar uma mensagem para um dispositivo implantado, que irá estimular seus nervos e músculos a fazerem os movimentos, disseram os pesquisadores.

Eles observaram que, embora os pacientes tenham recuperado a capacidade de realizar várias atividades, incluindo o controle dos músculos do tronco, por "períodos extensos", os pacientes não recuperaram os movimentos naturais.

A ideia de enviar uma corrente elétrica para recuperar movimentos perdidos remonta a décadas e foi colocada em prática pela primeira vez em 2011 – quando um homem paraplégico ficou em pé novamente.

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