Smartphones premium: saiba o que faz desses aparelhos tão caros
Smartphone topo de linha, aquele que custa caro, é objeto de desejo para muita gente. Ter um iPhone de última geração ou um Galaxy com tela dobrável é algo muitas vezes associado a status e estilo.
Esses aparelhos vêm com câmeras com qualidade muito boa, telas de alta resolução, componentes avançados e desempenho que nunca trava.
Mas tanta tecnologia acaba deixando a bateria desses modelos um pouco a desejar, se comparados aos modelos mais baratos.
Outros testes:
O Guia de Compras do g1 testou celulares premium lançados em 2021 no mercado brasileiro.
Os preços começam em R$ 4.500 e vão além de R$ 10.500, dependendo da configuração do smartphone. Os valores foram consultados nas lojas on-line na segunda semana de dezembro.
São eles:
Foram avaliados desempenho, câmeras e duração da bateria. Nas conclusões, design e custo-benefício também foram considerados (leia mais sobre como foram feitos os testes ao fim da reportagem).
O que os smartphones têm em comum:
- Grande armazenamento interno: de 128 GB a 512 GB
- Conectividade 5G (que só deve estar disponível em 2022)
- Carregamento rápido (entre 15W e 33W)
- Alguns vêm com carregador na caixa (Asus, Motorola)
- Outros não têm carregador na caixa (Apple e os dois modelos da Samsung)
- Telas com taxas altas de atualização (120 e 144 Hz) para melhor desempenho
Veja como cada um se saiu.
Apple iPhone 13 — Foto: g1
Modelo topo de linha da Apple, o iPhone 13 tinha preço médio de R$ 7.600 no início de dezembro. O aparelho tem uma das melhores câmeras entre os smartphones deste teste. E também é o mais caro.
A avaliação do g1 sobre o smartphone também é válida para o iPhone 13 mini, que compartilha quase todas as configurações técnicas, com tela (5,4”) e capacidade da bateria menores (duração estimada em 7h30).
O iPhone 13 Pro foi solicitado para a Apple, mas não estava disponível para empréstimo durante a produção desta reportagem.
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Desempenho
Nos testes de desempenho (veja como é ao fim da reportagem), o iPhone 13 foi o mais rápido, à frente dos dois modelos da Samsung (Galaxy Z Flip3 e Galaxy S21 Ultra).
Na avaliação gráfica – que mede como o smartphone se comporta com jogos e vídeos –, o iPhone 13 ficou também em primeiro lugar, seguido pelo Asus Zenfone 8 e pelo Motorola Edge 20 Pro.
O iPhone 13 divide com o Galaxy S21 Ultra o pódio pela melhor câmera nos smartphones topo de linha.
A câmera dupla conta com uma lente principal e uma ultragrande angular, sem zoom óptico disponível – esse é um recurso presente apenas no modelo 13 Pro.
As fotos feitas com o sensor principal de 12 megapixels têm como principal destaque a qualidade na reprodução de cores.
Parece que, ao tirar fotos tanto de dia como à noite, as cores que aparecem na tela são as mesmas na cena à sua frente, sem exageros e muito nítidas.
A lente ultragrande angular, também com 12 megapixels, amplia a cena e gera imagens de alta qualidade.
Smartphones premium: fotos feitas durante o dia — Foto: Henrique Martin/g1
E as selfies, também de 12 mp, seguem a ótima qualidade das câmeras traseiras.
Vale destacar o modo retrato em ambas as câmeras, o melhor entre os aparelhos avaliados, com fundo borrado e a pessoa fotografada em foco à frente e com várias opções de ajuste de luz.
O iPhone 13 também traz um recurso de vídeo interessante, chamado Cinema. Ele permite alternar o foco de forma automática ao filmar várias pessoas ao mesmo tempo, como se fosse uma câmera de cinema.
Se nos smartphones intermediários a bateria chegava até 19h, nos topo de linha o máximo é de 10h30, que é o resultado estimado para o iPhone 13.
Isso não significa que, após quase 11 horas fora da tomada, o smartphone vai descarregar por completo. Mas dá uma ideia geral de quanto tempo a bateria pode durar.
Asus Zenfone 8 — Foto: g1
O Asus Zenfone 8 é um smartphone pequeno e poderoso, com uma tela menor que a dos concorrentes, mas cheio de recursos por dentro.
O smartphone era encontrado na segunda semana de dezembro nas lojas on-line por um preço na faixa dos R$ 4.500.
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Desempenho
O tamanho reduzido do Asus Zenfone 8, com uma tela de 5,9 polegadas, não é um problema para seu desempenho. Os demais celulares testados têm telas acima de 6”.
Na comparação geral, o Zenfone 8 fica em penúltimo lugar em uma lista onde todos os aparelhos com Android ficam quase empatados e atrás do iPhone 13.
Nos testes gráficos, o Zenfone 8 ficou em segundo lugar, atrás do iPhone 13 e à frente do Galaxy Z Flip3 e do Motorola Edge 20 Pro.
A câmera do Zenfone 8 segue o básico bem feito: 64 megapixels no sensor principal e 12 megapixels na lente grande angular.
Os resultados são muito bons na câmera principal, com fotos nítidas e bastante claras mesmo em cenas noturnas – comparável ao que o Motorola Edge 20 Pro produz.
Smartphones premium: fotografia noturna — Foto: Henrique Martin/g1
Nas selfies, a câmera de 12 megapixels de resolução traz resultados interessantes, com uma proposta que parece ser diferente dos demais smartphones.
Nos outros modelos, incluindo o iPhone 13, as selfies ficam com o fundo claro. No Zenfone 8, o destaque fica mais no rosto, com o fundo um pouco mais escuro.
É o ponto fraco do Zenfone 8, com testes chegando a apenas 6h06 de estimativa de uso.
Tem explicação: ao ativar o teste, o aparelho ativa sozinho os recursos de alto desempenho, como tela a 120Hz e performance máxima do processador.
Com modo de alto desempenho desativado, a bateria chegou a 10h17, o que faz mais sentido no uso cotidiano do smartphone.
Motorola Edge 20 Pro — Foto: g1
O Motorola Edge 20 Pro é um dos aparelhos topo de linha em que o fabricante parece ter feito uma mágica nas configurações para deixar o preço mais acessível.
Tem câmera com superzoom e 5G, mas o leitor de digitais está na lateral (e não na tela) e ele usa um processador rápido, mas não o mais poderoso disponível no mercado para esse tipo de celular.
Na segunda semana de dezembro, o smartphone era vendido por R$ 5.000 nas principais lojas on-line.
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Desempenho
A performance geral do Motorola Edge 20 Pro deixou o celular em quarto lugar nos testes, quase colado nos dois modelos da Samsung (Z Flip3 e S21 Ultra) e à frente da Asus.
Vale notar que o Motorola Edge 20 Pro usa um processador Qualcomm Snapdragon 870 – fabricado em processo de 7 nanômetros (veja o vídeo no início da reportagem).
Aparelhos como o iPhone 13 (com A15 Bionic) e Zenfone 8 e Galaxy Z Flip3 (com Snapdragon 888) usam chips de 5 nanômetros, que têm maior desempenho.
O quarto lugar se repetiu no desempenho gráfico, mas com iPhone 13, Zenfone 8 e Z Flip3 à sua frente.
Destaque para a tela de 6,7″, com taxa de atualização mais rápida entre os modelos avaliados, com 144 Hz com transições rápidas e uma nitidez incrível.
A câmera do Motorola Edge 20 Pro é tripla: tem um sensor principal de 108 megapixels, uma grande angular de 16 megapixels e uma teleobjetiva de 8 megapixels, capaz de dar zoom óptico de 5x com zoom digital de até 50x.
Entre os aparelhos avaliados nesta lista, só o Samsung Galaxy S21 Ultra tem uma câmera tão (ou mais) completa.
A qualidade das fotos é muito boa com a lente principal e também gera resultados interessantes à noite.
O superzoom de 5x é passável, mas usar o zoom de 50x significa ver algo muito distante de perto, só que sem nenhuma qualidade – comentário válido para o 100x do Samsung Galaxy S21 Ultra também.
Esse zoom de 50x no Edge 20 Pro ocorre por conta de um periscópio e um jogo de espelhos na traseira do smartphone.
A câmera ultragrande angular também atua como lente macro e aqui as fotos ficam muito boas com detalhes tirados de perto. É algo diferente e muito melhor em comparação ao macro encontrado nos aparelhos intermediários e intermediários premium.
Motorola Edge 20 Pro: foto feita com lente macro — Foto: Henrique Martin/g1
Na frente, a câmera de 32 megapixels é boa e comparável aos resultados do Zenfone 8.
O Motorola Edge 20 Pro ficou em terceiro lugar nos testes de bateria com 10h25 de estimativa de uso, quase empatado com o iPhone 13.
Samsung Galaxy S21 Ultra — Foto: g1
O Samsung Galaxy S21 Ultra pode ser chamado de supercâmera, com um monte de recursos disponíveis e resultados excelentes. Fica empatado com o iPhone 13 na categoria melhor câmera.
Na primeira quinzena de dezembro, o Samsung Galaxy S21 Ultra era encontrado nas lojas on-line por R$ 6.500, em média.
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Desempenho
Com 12 GB de RAM, o esperado era que o Galaxy S21 Ultra tivesse ao menos o primeiro lugar em performance entre os aparelhos que rodam Android.
Mas ficou em terceiro, muito pouco atrás do Galaxy Z Flip3, que tem um processador um pouco mais poderoso (Qualcomm Snapdragon 888, contra o Samsung Exynos 2100).
No desempenho gráfico, o Galaxy S21 Ultra ficou em último lugar.
A câmera quádrupla do Galaxy S21 Ultra é excelente, com foco rápido e tem como resultados imagens claras e nítidas, tanto de dia como à noite.
São 108 megapixels no sensor principal, 12 mp na lente grande angular, 10 mp na primeira teleobjetiva (3x) e mais 10 mp no zoom de 10x – sim, são duas lentes zoom.
Para o zoom óptico, o de 3x é ótimo, o de 10x é muito bom.
Brincar com o periscópio que chega a 100x no superzoom (50x no Motorola Edge 20 Pro) é mais expectativa do que realidade.
Com condições boas de luz, até 20x de aproximação os resultados são aceitáveis. Além dos 50x vira um borrão distante. Ao aproximar muito, perde-se nitidez e aumentam os ruídos na imagem.
Mas tem uma coisa muito legal nesse superzoom: dá para fotografar a lua em noites claras – o Galaxy S21 Ultra usa inteligência artificial da câmera para “entender" que o objeto fotografado é a lua e ajusta a luminosidade.
Com aproximação de 20x ou 30x, as fotos ficam bastante aceitáveis. E deixam o fotógrafo sem passar vergonha no próximo eclipse lunar.
Fotos da Lua feitas com o Samsung Galaxy S21 Ultra — Foto: Henrique Martin/g1
Na câmera frontal, são 40 megapixels de resolução, com fotos tão boas como as feitas pelo iPhone 13.
A bateria do Samsung Galaxy S21 Ultra ficou em quarto lugar na estimativa de duração, com 10h10 e um pouco atrás do Motorola Edge 20 Pro.
Vale notar que a tela do smartphone da Samsung é a maior entre os aparelhos avaliados (6,8” com 120Hz de taxa de atualização), o que ajuda no maior consumo da bateria.
Samsung Galaxy Z Flip3 — Foto: g1
O Samsung Galaxy Z Flip3 é um smartphone que se dobra ao meio, como uma carteira.
Desse modo, consegue ser um celular retangular muito fino (6,9mm) quando aberto. E mais grosso (15,9 a 17,1 mm) e quadrado quando fechado.
Samsung Galaxy Z Flip3 fechado, sentado, aberto — Foto: Divulgação
Funciona como um smartphone normal, com a diferença de poder ser dobrado ao meio e colocado com mais facilidade no bolso. A tela externa ajuda com notificações e até mesmo selfies.
No início de dezembro, o Galaxy Z Flip3 era vendido por R$ 7.000 nas principais lojas on-line.
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Desempenho
O smartphone dobrável da Samsung ficou em segundo lugar nos testes de desempenho. Sua pontuação ficou mais próxima do terceiro lugar (Galaxy S21) Ultra que do primeiro (iPhone 13).
Nos testes de desempenho gráfico, o Galaxy Z Flip3 ficou em terceiro lugar, atrás do iPhone 13 e do Zenfone 8.
O fato do aparelho dobrar ao meio amplia as possibilidades de uso da câmera do Galaxy Z Flip3.
São duas lentes externas, ambas com 12 megapixels de resolução. Dá para fotografar com o aparelho aberto, usando a tela interna, como um smartphone convencional.
Mas também dá para deixar o aparelho em “L”, dobrado em 90 graus. Assim, o celular vira um tripé e fica "sentado" e pronto para fotografar ou filmar.
E ainda é possível tirar selfies com as câmeras principais do smartphone usando a pequena tela externa. Basta dar dois cliques no leitor de digitais/liga-desliga na lateral do telefone e a câmera fica pronta.
Smartphones premium: teste do gato preto, foto diurna — Foto: Henrique Martin/g1
Única coisa estranha é que as selfies feitas com a câmera principal ficam quadradas. Mas dá para tirar selfies do modo tradicional, com a câmera interna de 10 megapixels.
No geral, a qualidade das fotos é tão boa quanto a do Galaxy S21 Ultra, com a diferença de ter menos opções de zoom, tanto de dia quanto à noite.
Ter um aparelho que se dobra ao meio requer algumas concessões no desenho do produto, e a bateria do Galaxy Z Flip3 é a vítima aqui.
Ela tem pequena capacidade em comparação aos outros aparelhos (3.300 mAH, contra 5.000 no S21 Ultra e no Edge 20 Pro, por exemplo).
E com isso sua duração estimada ficou em 8h20 – mesmo assim, à frente da bateria do Asus Zenfone 8 com desempenho máximo e suas 6h06.
Conclusão
MELHOR CÂMERA: Dois smartphones se destacam aqui, o iPhone 13 e Galaxy S21 Ultra.
O modelo da Apple tem apenas duas câmeras na traseira, que fazem seu trabalho muito bem e trazem resultados muito próximos ao que o olho humano está acostumado a ver.
O da Samsung é para quem quer uma câmera com todos os recursos e mais um pouco – da grande angular ao superzoom, o Galaxy S21 oferece de tudo e com grande qualidade no resultado final.
Câmeras: dupla no iPhone 13, Galaxy Z Flip3 e Zenfone 8, cheia de recursos no Galaxy S21 Ultra e Edge 20 Pro. — Foto: g1
DESTAQUE NO CUSTO-BENEFÍCIO: O Motorola Edge 20 Pro tem boas especificações técnicas, uma câmera bastante completa e bateria decente.
Seu preço em dezembro poderia assustar - na média, R$ 5.000 nas lojas on-line, mas é um valor menor que o do iPhone 13 ou dos dois Galaxy deste teste.
MELHOR DESIGN: Samsung Galaxy Z Flip3 e sua tela que dobra são o destaque aqui. É um smartphone potente com um design diferente de tudo que tem no mercado brasileiro hoje.
Como foram escolhidos os aparelhos
O g1 selecionou smartphones na categoria topo de linha das principais fabricantes do mercado brasileiro que foram lançados em 2021. Apple, Asus, Motorola e Samsung enviaram seus aparelhos.
Na lista de produtos, todos os modelos tinham preços médios acima de R$ 4.500 no começo de dezembro.
Todos os produtos foram cedidos em caráter de teste e serão devolvidos.
No caso da Xiaomi, a escolha foi pelos modelos Mi 11 5G ou Mi 10T Pro. A fabricante enviou o modelo Xiaomi 11 Lite 5G NE, que tem características de smartphone intermediário premium com 5G.
Por conta disso, a avaliação do Xiaomi 11 Lite 5G NE será publicada em uma atualização em breve do teste de aparelhos intermediários com 5G.
Como foram feitos os testes
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 5, da Primate Labs.
Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e Mac OS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark.
Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
No caso dos avaliados, só o modelo da Motorola permite ajuste manual com porcentagem e serviu de base para o ajuste dos demais.
Para chegar ao brilho correto, as telas foram comparadas lado a lado. A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou até chegar ao final da carga. Em alguns casos, ele precisou ser refeito porque o app travou – isso pode acontecer com a chegada de uma notificação, por exemplo.
Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.
O PC Mark é o único dos três testes que não roda em iOS e, para avaliar o desempenho do iPhone 13, o GeekBench 5 foi utilizado no lugar. Por conta disso, a comparação de performance foi feita usando esse teste em comum entre os seis smartphones avaliados.
A avaliação de bateria do iPhone 13 foi estimada usando o aparelho como smartphone principal durante vários dias e usando com um Apple Watch 7 e AirPods como acessórios.
Para os testes de câmera, foram feitas centenas de fotos em ambientes internos e externos (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.
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